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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PROJETO JOVEM DE FUTURO PROMOVE AULA PASSEIO EM BRAGANÇA







Jovens de Futuro têm aula de Campo em Bragança

Alunos de projeto de escolas do Estado parceria do Pacto pela Educação do Pará e Instituto Unibanco estiveram no histórico município para conhecer aspectos, culturais, sócio-econômicos e ambientais da região bragantina

Alunos do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Prof. Jorge Lopes Raposo realizaram uma Aula de Campo no município de Bragança, no nordeste paraense, no último sábado, 29 de novembro, para conhecer a importância histórica da tradição, da cultura e do meio ambiente bragantinos. Os alunos foram acompanhados pelo trio gestor do Projeto Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro, sob a coordenação do professor Marcelo Sales.



A aula de campo teve também a participação de professores das disciplinas Matemática, Física, Biologia, Geografia e Artes. Com uso da metodologia da interdisciplinaridade, os alunos fizeram visita in loco, descobrindo aspectos históricos, culturais, sociais e econômicos da região bragantina.

Aulas ao ar livre - Como parte do roteiro de visitação aos pontos de interesse, os alunos da Raposo estiveram no Museu da Marujada e foram recebidos pelo presidente da Maruja, João Batista Pinheiro. “Dia 3 de setembro de 1798 foi fundada a irmandade. A marujada é formada por pessoas negras, que dançam descalças, com roupas de cor azul e vermelha”. João Pinheiro também respondeu aos alunos sobre o significado das fitas coloridas do chapéu dos marujos e a quantidade de marujos da irmandade. “São catorze fitas, multicoloridas, com 13 cores sendo obrigatoriamente uma preta, para homenagear os escravos. Hoje nós temos efetivo mil marujos cadastrados, homens e mulheres, marujos e marujas”, explica.

A Marujada é uma dança africana, trazida pelos escravos, que criaram a irmandade. Os marujos que defendem a cor azul dançam no dia 25 e 31 de dezembro. Já os marujos que defendem a cor vermelha, dançam no dia 26 de dezembro e dia 1 de janeiro. “Dia 26 para homenagear São Benedito e dia 1 quando é a posse nos novos juízes”, ressalta o presidente.

Outro ponto de atração visitado pelos alunos foi o manguezal da estrada da Praia de Ajuruteua. O professor Luciano Aragão, de biologia, explicou a importância desse ecossistema. “O manguezal é o ecossistema mais rico que tem porque lá é um verdadeiro berçário, onde muitas espécies, principalmente crustáceos, peixes, moluscos, usam para se reproduzir”.

Plantas características de mangue, planta com raiz escora, foram indicadas aos alunos durante a visita ao manguezal. “Essas plantas ficam na parte superior ao solo, lodacento (parte da raiz que fica no lodo ou na lama) e com a parte que fica embaixo, subterrânea”, informa o professor. “Como estamos no período de estiagem, o carangueijo sai do habitat normal, natural, e fica preso na parte que não tinha mais lodo e lama. Então a parte orgânica dele foi decomposta restando apenas o exoesqueleto, que é justamente a casca”, ensino Luciano mostrando os exoesqueletos na beira do mangue.

A temperatura da água do mar e da areia da praia de dia e à noite foi outro tópico dentre os abordados na aula de campo que reuniu cerca de 60 alunos. Em Ajuruteua, o professor Marcelo se encarregou de explicar o movimento dos ventos diurnos vindos do mar e os noturnos partindo de terra, empurrando para o mar os barcos de pescadores que à noite embarcam para o trabalho. “Durante o dia, quando a areia se aquece, o ar quente sobe; a pressão na terra diminui e a pressão é maior no mar, que empurra a brisa do mar para a terra durante o dia e vice-versa à noite” explicou aos participantes da aula de campo.

Os alunos também visitaram a Rádio Educadora, para conhecer o premiado Projeto Aluno Repórter. O aluno Marcelo Vinícius e o professor coordenador do projeto Roberto Amorim receberam os alunos da Jorge Lopes Raposo que puderam ouvir relato da recente experiência de participar do 14º Prêmio Escola Voluntária, onde receberam dois prêmios. O professor Beto Amorim apresentou a reportagem, produto final, que fez a Escola Rio Caeté ganhar o segundo lugar. Já Marcelo Vinícius entrevistou o aluno Leandro Souza, do 3º ano da tarde da escola Jorge Lopes Raposo, que também participa da Rádio Escola Raposo.


Lição - Para Rosilene Simões de Brito, Diretora da Escola Jorge Lopes Raposo as atividades das aulas de campo trazem mais conhecimento aos alunos. “Está sendo riquíssimo, traz um estímulo ainda maior para eles estudarem e uma riqueza pela experiência que eles vão lembrar a vida toda”. Os alunos que participaram da aula de campo estão sendo preparados para o vestibular. “Para alunos que não tem essa vivência, não tem essa experiência, nunca viajaram, não conhecem a história de Bragança, a aula pode trazer outras possibilidades”.

Para Sonia Veiga, Coordenadora da Escola Jorge Lopes Raposo, o passeio faz o encontro da teoria com a prática. “Faz os alunos realmente darem valor ao conteúdo. A aprendizagem significativa é você realmente fazer essa ponte da teoria com a prática”. A vivência, os valores culturais são de grande importância. “Com certeza os alunos que vem para cá jamais vão esquecer esses fatos”.

O roteiro dos pontos de visitação incluiu também a ida dos alunos na Igreja de Santa Terezinha, ao Memorial a Dom Elizeu Maria Coroli, a Catedral Nossa Senhora do Rosário, ao Palácio Episcopal e ao Obelisco, além do Museu de Arte Sacra, Igreja de São Benedito, Museu da Maruja, Orla do Rio Caeté, Mirante São Benedito e Praia de Ajuruteua.

Texto e Fotos: Silvia de Souza Leão
Secretaria de Estado de Educação