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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009




A escola Jorge Lopes Raposo realizou nos dias 22 e 23 de janeiro a jornada pedagógica, estavam presente no evento a diretora, as coordenadoras pedagógicas e a equipe de professores. Na ocasião foram discutidas questões sobre Gestão Democrática e nosso calendário de atividades escolares.







Saiba um pouco mais sobre Gestão Democrática

Gestão democrática na escola: o nosso desafio
Durante muito tempo, o nosso país vivenciou (e infelizmente ainda vivencia em muitos estados e municípios brasileiros), um governo democrático de "fachada", tendencioso, e, sobretudo, autoritário, em que a classe social dominante apresentava como um dos mais eficazes procedimentos administrativos, a limitação e a inibição das manifestações e participações populares em qualquer tipo de instituição mantida ou subsidiada pelo Estado. Nessas instituições, as pessoas não podiam expor suas idéias, tampouco lutar pelos seus direitos de cidadãos, pois, tudo era pensado com o propósito de atender as prioridades da classe dominante. Como resultado, a escola como instituição pública, que em nenhum momento esteve alheia a todo esse processo, ainda hoje, arca com as conseqüências advindas desta forma de governo.
Na busca de uma educação que possibilite ao sujeito superar os desafios do momento, aumentando a auto-estima e a confiança necessária para operar sobre a restrição do que lhe é negado, observa-se que, desde então, vários educadores procuram respostas que levem em consideração o problema de desenvolvimento econômico e a participação da comunidade, iniciando assim, a busca da inserção crítica do cidadão brasileiro no processo de "democratização da escola".
Passado um longo período, com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que garante, entre outros, a gestão democrática na escola, a educação brasileira conquista o direito de, efetivamente, refletir a necessidade e a importância da participação consciente dos diretores, pais, alunos, professores e funcionários com relação às decisões a serem tomadas no cotidiano escolar, na busca de um compromisso coletivo com resultados educacionais mais significativos.
Esta educação cuja meta é valorizar o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária, agregada ao fato de fortalecer cada vez mais a democracia no processo pedagógico, encontra no projeto de Gestão Democrática da Escola, uma oportunidade real de transformar a escola em um espaço público onde diversas pessoas têm a possibilidade de articular suas idéias, estabelecer diálogo e considerar diferentes pontos de vista.
Na gestão democrática, as "queixas-lamentos" dos professores, coordenadores e diretores, ou seja, as reclamações de determinadas situações que procuram sempre um responsável para o problema, sem tomar nenhuma atitude efetiva, são substituídas cada vez mais, pela compreensão dos problemas abordados e as buscas de soluções possíveis, procurando priorizar o que de melhor poderão oferecer para o desenvolvimento harmonioso das próprias crianças. É preciso acabar com o circulo de lamentações, mas isso não ocorre a partir da negação dos problemas, faz-se necessário que as reclamações sejam trabalhadas, consideradas e refletidas (isso não significa, necessariamente, que todos os problemas serão resolvidos). O mais importante é o processo de busca de soluções, em que o professor transforme essas "queixas-lamentos" em juízo crítico, abrindo e valorizando o espaço para a elaboração das questões necessárias à (re)construção do conhecimento, da aprendizagem.
No entanto, para que consigamos alcançar tais objetivos, é necessário que desde pequenas, as crianças aprendam a externar suas idéias e pontos de vista, e como bem sabemos; ninguém dá o que não possui. Se queremos formar cidadãos autônomos, participativos e independentes, também precisamos sê-los. Infelizmente, como dissemos no início deste artigo, o resquício de uma educação ditadora, burguesa e "pseudo-democrata", reside no fato de que, muitos profissionais da educação, encontram ainda muita dificuldade em externar o que pensam e sentem diante de uma determinada situação, ouvindo e considerando as idéias divergentes das suas, sem contudo, menosprezá-las. Lamentar é fácil, o difícil é perceber o quanto também somos responsáveis pelos problemas que enfrentamos em nossas escolas.

Autoras:
Ester Cecília Fernandes Baptistella
Luciene Regina Paulino Tognetta
Sandra Cristina Carina Especial
Professoras pesquisadoras da Fac. Educação/Unicamp

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